Nadar

Um homem dedicado ao detalhe, Fabrizio Clerici transpôs a sua competência profissional e os seus interesses para a sua arte. Diplomou-se em arquitetura em 1937. Sendo um desenhador de grande talento, Clerici nunca abdicou da sua precisão e exatidão. Pelo contrário. Influenciado e inspirado pelos grandes mestres e monumentos das épocas renascentista e barroca, o seu trabalho artístico presta constantemente homenagem a estas grandes eras, temática ou estilisticamente. As suas tendências arquitetónicas levaram-no a integrar o mundo do teatro como cenógrafo (1947). Clerici brilhou neste meio, trabalhando no teatro, na ópera e no balé. O seu fascínio pelo Renascimento talvez explique o tema da obra de Clerici incluída na coleção de arte contemporânea do Parlamento Europeu. Com efeito, Nadar, como o título indica, retrata Félix Nadar (também conhecido como Gaspard-Félix Tournachon, 1820-1910). Nadar fora um conhecido e venerado fotógrafo, caricaturista, jornalista, romancista, balonista e inventor, tendo criado barreiras de controlo de multidões batizadas com o seu nome, «nadar». Em cada uma das suas áreas de ação, o francês destacou-se e superou o que então era considerado possível. Neste sentido, estava em consonância com os interesses de Clerici enquanto «homem renascentista» da era moderna. Esta obra de Clerici reflete essa versatilidade, mostrando Nadar três vezes em diferentes poses e atitudes.