Poésies Européennes

França, 1991

Capa de couro em invólucro de vidro com touro branco em relevo (2 partes); chifre: chifre com tinta dourada, cabeça pintada com pasta de papel, 27.30 x 19 x 9 cm

Inscrição: Editor (no caso da impressão) / Oficina ou ateliê no caso das tapeçarias: Cercle de Reliure d’Art de Cibourne / Arjomari Diffusion; Assinatura e data pela artista enquanto criadora e encadernadora (na contracapa posterior)

Comprada ao artista em 1991

O livro, enquanto objeto físico e cultural, esteve desde sempre no centro da obra de Claudine Heili. De facto, após dez anos no conservatório, prosseguiu a sua formação artística universitária na École Supérieure des Arts Décoratifs de Estrasburgo. Aí descobre o livro como meio plástico, dedicando o seu ofício a este suporte literário. Mesmo noutros domínios (pintura, desenho, escultura), recorre frequentemente ao livro como motivo, símbolo ou acessório. Em 1991, Heili ganhou um prémio europeu com o livro-objeto que aqui se apresenta: Poésies Européennes. Esta curiosidade artística é o resultado de um ambicioso empreendimento centrado no estudo da tradição poética da Europa, concluído em 1991. De facto, o livro representa 15 regiões e culturas europeias. Para cada cultura (identificada por uma página com um mapa), Heili selecionou um ou vários célebres exemplos e excertos em representação do seu património poético. A França é representada por Jour de fête aux environs de Paris de Victor Hugo e Le Dormeur du Val de Arthur Rimbaud; A região basca é representada por Itsasoan de Jean Diharce e Antzinako bihotz de Bernardo Atxaga; A Alemanha é representada por Erlkönig de Goethe e por Die Lorelei de Heinrich Heine; A Bélgica é representada por La Mer de Tranquillité de Thiry Marvel e Dien avond en die rooze de Guido Gezelle; A Dinamarca é representada por Hvcer har sin Skaebne de Thomas Kingo e I en frugthave de Sophus Claussen; A Espanha é representada por Romance de la luna, luna de Federico García Lorca e Sonetos de Garcilaso de la Vega; A Grã-Bretanha é representada por The Daffodils de William Wordsworth e I remember, I remember de Thomas Hood; A Grécia é representada pela Ode a Afrodite de Safo e pelo Hino à Virtude de Aristóteles; A Irlanda é representada por The deserted village de Oliver Goldsmith e por Baucis and Philemon de Jonathan Swift; A Itália é representada por Dante, com o seu Il purgatorio: Canto XVIII, e por Torquato Tasso; O Luxemburgo é representado por Lëtzebuurg de Tit Schroeder e D'Margréitchen de Michel Lentz; Os Países Baixos são representados por Gynbricht van Amstel de Joest van den Vondel e por Aan mijn moeder de Willem Elsschot; Portugal é representado por Gil Vicente, com as suas Sátiras sociais e por Luís de Camões, com Os Lusíadas: Canto I; A Suíça, por fim, é representada por Heures du soir de Eugène Rambert, Aus dem Leben de Gottfried Keller e A Margarita Lanfranca de Paganino Gaudenzi. A capa é belissimamente ilustrada com motivos antigos e a figura de Europa, complementada e completada pela cabeça de touro em relevo sobre o delicado invólucro de vidro.

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